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Bogotá, o complexo Atrio colombiano é um prodígio da construção coordenada
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Bogotá, o complexo Atrio colombiano é um prodígio da construção coordenada

por Graciela Baduel
Construção - 28 set. 2020 - 7 min leitura
atrio bogota complex
O novo complexo Atrio de Bogotá, com aproximadamente mil metros quadrados, visa reativar o centro da capital. Cortesia da ARPRO Ellisdon JV.

O Atrio está sendo rapidamente construído para se tornar o novo “coração de Bogotá”. O grande projeto de uso misto, atualmente em sua primeira fase de construção, destina-se a regenerar o Centro Internacional, um antigo bairro comercial da capital colombiana.

Localizado na Avenida Caracas, o projeto é formado por duas torres (de 44 e 67 andares) que fornecerão espaços para lojas, escritórios, um hotel, residências e serviços públicos. O complexo também oferecerá um enorme espaço público — uma área de pedestres adjacente a meios de transporte que deverá ser usada por 72 mil pessoas todos os dias.

atrio bogota towers
Com 44 e 67 andares de altura, as torres apresentam topos diagonais inspirados na cadeia de montanhas Cerros Orientales, próxima a Bogotá. Cortesia da ARPRO Ellisdon JV.

Com um topo diagonal inspirado pela cadeia de montanhas Cerros Orientales, a torre sul do projeto de aproximadamente 250 mil metros quadrados será inaugurada até o final do ano. A torre norte, medindo aproximadamente 268 metros, será a mais alta da Colômbia. Ambas as torres foram concebidas por Rogers Stirk Harbour + Partners (RSHP), de propriedade de Richard Rogers, vencedor do prêmio mais prestigiado da arquitetura, o Prêmio Pritzker. Na Colômbia, a RSHP trabalha em estreita colaboração com a El Equipo Mazzanti, uma empresa de arquitetura local.

“Na Colômbia, nunca foram construídas fachadas e estruturas tão complexas”, diz Juan Carlos Zambrano, arquiteto e diretor da El Equipo Mazzanti. “Em junho de 2015, Pablo Codesido e Jason Garcia, arquitetos com experiência em grandes projetos, instalaram-se em Bogotá para liderar a equipe local e supervisionar a construção do projeto.”

O projeto Atrio, finalista do Prêmio Excelência em AEC da Autodesk em 2019, tem como objetivo ligar áreas urbanas segmentadas do centro de Bogotá com uma base de aproximadamente 10 mil metros quadrados dedicada a pedestres, residentes e transeuntes que saem do TransMilenio, o terminal de transporte público mais movimentado da capital e localizado bem em frente ao complexo. Em sua base, as colunas que suportam as torres são expostas e o exterior de vidro desce diagonalmente cobrindo vários andares e formando os “átrios” que ajudam a aliviar a carga da estrutura ao nível da rua.

“É um espaço da mais alta qualidade coberto por uma proteção de vidro de aproximadamente 10 metros de altura, que abriga as pessoas das intempéries”, diz Daniel Rodriguez Estrada, diretor do BIM para a ARPRO, um empreendedor que desenvolve o complexo através de uma joint venture com a empresa de construção EllisDon.

Coordenação milimétrica

Em termos de números, o Atrio também é impressionante. O número de pessoas que trabalham no projeto num dado momento varia de 800 a 1000. A superfície externa de vidro dos edifícios corresponde a 15 campos de futebol. As fundações exigiram o uso de mais de 7362 metros cúbicos de concreto. Essas enormes estruturas também terão a certificação LEED Gold e serão as primeiras estruturas colombianas a serem construídas com concreto armado.

Há uma década, a gestão e o processamento dos dados de construção de um edifício tecnicamente complexo envolveriam sérios riscos de erros, alta probabilidade de atrasos e custos adicionais. Hoje, as informações de construção são compartilhadas entre as empresas internacionais e colombianas e a Sala Digital, uma plataforma online de gestão de projetos onde os dados de todo o empreendimento ficam reunidos. Essa coordenação permite que o projeto funcione sem problemas e de forma precisa com a ajuda de ferramentas de gestão de projetos como Autodesk Navisworks e Revit.

Desafios acima e abaixo do solo

Bogotá está localizada em uma área de risco sísmico intermediário. Rodriguez Estrada diz que a estrutura do Atrio é uma mistura de aço e concreto que atende às especificações sísmicas e às necessidades da cidade.

Ele acrescenta que o Atrio é um projeto de construção acelerada: quando a construção começou o projeto ainda não estava finalizado. “Durante a pré-construção, fizemos 40 modelos 3D, desde a tubulação hidráulica e a estrutura de metal até os modelos da fachada e tetos especiais de madeira, os quais mais tarde coordenamos em Navisworks”, afirma Rodriguez Estrada.

As equipes tiveram que encontrar a maneira mais eficiente de escavar os cinco níveis de subsolo e unir os nós da estrutura metálica com o concreto. “O primeiro subsolo tem o dobro de altura, então escavamos mais de 141 mil metros cúbicos para obtermos aproximadamente 12 mil metros quadrados de espaço de subsolo”, diz Rodriguez Estrada. “Foi necessária muita logística e uma sequência de escavação muito bem administrada, porque o solo em Bogotá contém argila e não é muito estável.”

Veja também: Construção enxuta: um processo de planejamento empoderador [Infográfico]

Outro desafio foi despejar o concreto nas fundações com cerca de 3 metros de espessura, que suportam todo o peso da torre e o transfere para as colunas. “A operação tinha que ser contínua para evitar juntas frias”, explica Rodriguez Estrada. “Durante três dias, o concreto foi despejado sem interrupção. As betoneiras de concreto fizeram 1.200 viagens, dia e noite sem parar, durante um período de 38 horas. Tudo foi planejado de antemão para que não tivéssemos problemas quando o trabalho fosse executado.”

Empresas estrangeiras formaram consórcios com empresas colombianas para criar os principais componentes da estrutura, como a estrutura metálica e a fachada. Os componentes usados no ponto de cruzamento das colunas diagonais – característica dos projetos de Richard Rogers – foram fabricados no Canadá e trazidos para Bogotá para serem montados com materiais fabricados localmente. Os painéis de vidro da fachada foram fabricados na Itália pela empresa Permasteelisa. Uma vez feitas as medidas e a coordenação, os componentes chegam e são instalados em sua posição final, seguindo um processo semelhante à montagem de um enorme quebra-cabeça.

Planos e construções precisos

Rodriguez Estrada enfatiza que a Sala Digital, elemento fundamental do empreendimento, é essencial para a execução desses processos. “Apenas para a estrutura metálica, que é normalmente projetada e planejada milimetricamente, acabamos obtendo 17 mil shop drawings” (desenhos de fornecedores), explica ele. “Então, fizemos modelos 3D a cores desses desenhos, que nos permitiram dar uma olhada rápida e ver, em verde, quais dos planos da torre tinham sido aprovados.”

Todas as semanas, são tiradas fotos em locais específicos e enviadas para a Sala Digital. Isso inclui fotografias aéreas feitas por drones usadas para comparar o modelo com o canteiro de obras real.

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Os rolos de cópias heliográficas foram substituídos por dispositivos eletrônicos móveis no local de trabalho. Cortesia da ARPRO Ellisdon JV.

Animações 4D foram transferidas para a Sala Digital para simular os processos mais difíceis, como por exemplo, construir  a estrutura das fundações até a torre, substituir as paredes estruturais por colunas redondas e iniciar as diagonais de aço. Quando o formato da estrutura muda, os membros da equipe enfrentam vários desafios relativos à complexidade de formas e vergalhões. Aqui, foram usados modelos 4D para ilustrar o processo de construção e colaborar com a equipe da obra.

Depois disso, não demorou muito tempo para a torre ser construída, porque foram usadas formas trepantes para o núcleo de concreto, o que ajudou a acelerar o processo de construção. Como a coluna vertebral do edifício é uma estrutura vertical de concreto, a forma é suportada pela estrutura recém-concluída no andar de baixo. Assim que o concreto seca, elevadores hidráulicos permitem que a forma se abra e seja elevada para o próximo nível para a construção do próximo andar.

Muitas lições foram aprendidas com esse projeto, cuja segunda fase terá início em 2020. E novos processos serão implantados no futuro. “Antes era comum vermos trabalhadores da construção civil com seus tubos com rolos de cópias heliográficas e essa era sua ferramenta de trabalho”, diz Rodriguez Estrada. “Hoje, todos estão no canteiro de obras com seus iPads, realizando inspeções, aprendendo como usar a Sala Digital e dominando essas novas tecnologias. A mudança envolve uma longa curva de aprendizado. É maravilhoso ver o que podemos alcançar com uma equipe disciplinada e trabalhadora – o crescimento que isso traz e, com isso, a incerteza positiva que sentimos quando enfrentamos coisas novas.”

#Engenharia estrutural - #Gestão de projetos - #Gestão de tempo - #Materiais - #Nuvem

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